Brasil conquista vaga na decisão
Já foi o basquete e o vôlei e agora é a hora do handebol brasileiro fazer história. Nesta sexta-feira, em Belgrado, a seleção feminina do Brasil não tomou conhecimento da potência Dinamarca, maior campeã olímpica, venceu por 27 a 21 e avançou para disputar a sua primeira final em um Campeonato Mundial da modalidade. Assim, garantiu uma medalha pela primeira vez para o handebol brasileiro. A final é amanhã, às 13h15 (no RN), contra a Sérvia, a dona da casa.
marko drobnjakovic / ae
Alexandra Nascimento vem sendo o destaque do Brasil

A lista de feitos conseguidos pela equipe comandada pelo dinamarquês Morten Soubak e que conta com Alexandra, melhor jogadora do mundo em 2012, é enorme. A começar pela hegemonia europeia posta à prova. Nas 20 primeiras edições de Mundiais, a Coreia do Sul foi a única não-europeia a chegar a uma semifinal
Para o Brasil, a final é um salto enorme na história da modalidade, que só em 2005 havia passado da fase de grupos. Em 2011, jogando em casa, as brasileiras foram a melhor seleção da fase de classificação, mas pararam na Espanha nas quartas de final (quinto lugar). Na Olimpíada de Londres, a mesma coisa, com derrota de virada para a Noruega, depois medalhista de ouro, também nas quartas (sexto lugar).
O tabu foi quebrado com vitória sobre a Hungria, na última quarta, após duas prorrogações. Diante da Dinamarca, ouro olímpico em 1996, 2000 e 2004, o Brasil era favorito. Afinal, havia vencido por cinco gols de diferença na fase de grupos. Confirmou o status liderando o jogo todo e aproveitando as duas únicas suspensões levadas pelas dinamarquesas para desafogar a pressão. Em cada uma dessas situações as brasileiras marcaram três gols. Adversária da final, a Sérvia também perdeu do Brasil na primeira fase, em um jogo em que sempre esteve atrás no placar.
A Dinamarca só ficou na frente do placar por 40 segundos. O tempo entre o primeiro gol do jogo, marcado pelas europeias, e o gol de empate, feito por Alexandra. Eficiente, o Brasil marcou mais dois gols na sequência, abriu 3 a 1 e determinou o ritmo do jogo. Muito bem na defesa e aproveitando um claro nervosismo da Dinamarca, que muitas vezes desperdiçou ataque sem nem arremessar, o Brasil foi ampliando a folga até chegar a 10 a 5. Foi quando as brasileiras sofreram um apagão e permitiram as europeias encostarem em 11 a 9.
Time mais violento do Mundial, as brasileiras levavam punições de dois minutos, enquanto que as dinamarquesas seguiam sempre com time completo em quadra.