Atlético-MG
O Atlético-MG
viveu nesta quarta-feira (18) uma das maiores decepções de sua história,
ao ser eliminado logo na estreia do Mundial de Clubes. O campeão da
Libertadores foi surpreendido e caiu diante do Raja Casablanca por 3 a
1, no Marrakesh Stadium, para delírio da torcida marroquina. Agora,
resta ao time brasileiro a disputa do terceiro lugar, no sábado, diante
do Guanghzou Evergrande, da China.
Com a vitória, o
Raja Casablanca será o segundo time de fora da Europa ou da América do
Sul a decidir o Mundial. O Atlético-MG se igualou ao Internacional, que
em 2010 caiu nas semifinais diante do Mazembe, da República Democrática
do Congo. Ao apito final, as lágrimas nos olhos dos torcedores
atleticanos mostravam bem o que representou esta quarta-feira na
história do clube.
Aos olhos de Pep
Guardiola, o Atlético-MG em nada lembrou o time ofensivo e vibrante que
protagonizou grandes viradas e venceu a Libertadores. Apáticos, os
mineiros falharam muito na defesa e foram surpreendidos pelo Raja. No
sábado, os marroquinos farão a decisão do Mundial diante do Bayern de
Munique, novamente em Marrakesh.
O JOGO - O
nervosismo tomou conta do Atlético-MG nos primeiros 15 minutos desta
quarta e o Raja Casablanca chegou a ameaçar algumas idas ao ataque. A
tônica da etapa inicial, aliás, foi essa: os brasileiros tinham mais
posse de bola e ficavam no ataque, mas nos contragolpes eram os
marroquinos que criavam as principais chances.
Depois de muito
insistir pela direita no início, o Atlético-MG quase marcou chegando
pelo outro lado. Aos 22 minutos, Fernandinho fez linda jogada arrancando
da intermediária e tocou para Lucas Cândido. O lateral chegou cruzando
rasteiro para Jô, que deu o carrinho. O atacante não conseguiu pegar em
cheio, mas ainda assim quase marcou encobrindo o goleiro.
Fernandinho era o
melhor atleticano em campo e perderia ótima chance para a equipe aos 32
minutos. Marcos Rocha cruzou da direita, a bola passou por Ronaldinho e
sobrou para o atacante, que bateu cruzado para fora. Leonardo Silva,
após cruzamento do próprio Fernandinho, também teve boa chance, mas
demorou para bater e foi travado. Em outras duas oportunidades, foi Jô
que se atrapalhou com a bola e desperdiçou bons momentos.
Ao verem que o
Atlético-MG tinha dificuldade para se organizar no ataque, os
marroquinos decidiram ir à frente e, aos 35, fizeram ótima jogada pela
esquerda. Karrouchy tocou para Iajour, que cruzou. Moutaouali, de
primeira, bateu e Victor, à queima-roupa, espalmou. Na sequência, o Raja
teve a melhor chance da primeira etapa. Moutaouali foi lançado nas
costas de Lucas Cândido e, sozinho, bateu para fora.
O cenário
surpreendente do fim do primeiro tempo foi mantido na etapa final e o
Raja Casablanca não demorou para abrir o placar, logo aos cinco minutos.
Novamente pelo lado direito, nas costas de Lucas Cândido e Réver,
Moutaouali recebeu sozinho, avançou e bateu da entrada da área, cruzado,
sem chances para Victor.
E o time
marroquino teve a chance de ampliar logo na sequência, quando Moutaouali
tocou para Hafidi marcar, mas o atacante estava impedido. O
Atlético-MG, desesperado, se lançava ao ataque e dava o contra-ataque ao
Raja, que virou dono do jogo.
Foi aí que
apareceu a estrela do principal jogador do Atlético-MG. Com o time
desanimado em campo, Ronaldinho aproveitou uma falta perto da área e
bateu com categoria no canto do goleiro. A bola ainda tocou na trave e
entrou, aos 17 minutos.
O gol mudou o
panorama do jogo. O Raja Casablanca já não atuava tão confortavelmente e
o Atlético-MG se acalmou em campo, parou de ceder tanto espaço, mas
seguia com dificuldade para criar. O time brasileiro até teve um bom
momento em bola espirrada que Jô cabeceou em cima do goleiro.
Mas, novamente em
contra-ataque, o Raja Casablanca decidiu. Aos 37 minutos, Réver errou na
linha de impedimento e deu condições para Iajour, que invadiu a área,
foi para cima do zagueiro, tentou o drible e caiu. O árbitro viu
pênalti, que Moutaouali bateu deslocando Victor para marcar. Com o
Atlético-MG inteiro na frente, ainda houve tempo para Mabide marcar o
terceiro, após rebote de bola que bateu na trave.
jconline.ne10.uol.com.br